“Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente,
quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.”
Será que já paramos para pensar e analisar porque as vantagens e desvantagens são tão desiguais entre as criaturas?
Primeiramente a desigualdade é a principal característica da humanidade que vive na Terra e Deus assim o permite, porém espera que aqueles que se acham a caminho e estão mais adiantados, auxiliem aqueles que estão atrasados ou mesmo estacionados.
Há dois mil anos Jesus já alertava que seria mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.
Seria o Mestre preconceituoso contra os ricos, os afortunados?
Seria Jesus tão radical, tão contraditório em Suas proposições?
Sabemos que não, pois Ele era todo amor e bondade. Jesus queria alertar que a dádiva da riqueza, das facilidades materiais concedidas a algumas criaturas deveriam ser utilizadas parcimoniosamente em favor daqueles menos favorecidos.
Isso não significa que tudo que se tem deva ser distribuído em partes iguais para todos.
De nada adiantaria tal proceder porque quem tem facilidades na presente existência, as recebeu como uma prova, para bem administrá-las, em favor de muitos e de si próprio, auxiliando a humanidade a progredir, a aprender, a se educar, a propiciar trabalho condigno e criteriosamente remunerado.
Jesus deu um lembrete àqueles que muito possuem, para que não se deixem estagnar física e mentalmente.
Se bem moramos, abrigados com todo o conforto, não esqueçamos aqueles que residem mal acomodados; se tivermos meios de interferir para sua melhoria, façamo-lo sem demora.
Se a nossa mesa é farta, lembremo-nos daqueles que sentem fome.
Se estamos bem calçados e agasalhados, não nos esqueçamos de estender uma peça de vestuário aos desnudos.
Se nos enfeitamos com joias e adereços brilhantes e valiosos, não permitamos que eles ofusquem a nossa consciência, impedindo-nos de fazer brilhar os nossos talentos morais, intelectuais e espirituais.
Se ascendemos a postos importantes e nos destacamos socialmente, não permitamos que a soberba e o orgulho nos coloquem tão distantes que não possamos ouvir o clamor de sofrimento de irmãos menores e correr em seu auxílio.
Se transitamos nos carros de último tipo, não nos tornemos cegos diante de irmãos que rastejam nas sarjetas, que estendem os braços nos faróis, que apertam as campainhas de nossas portas. Não nos tornemos surdos aos apelos de quaisquer instituições, civis ou religiosas, que solicitem a nossa contribuição para auxiliar essa parcela da humanidade que vive sem a mínima facilidade material.
Porém, se todos esses apelos do Cristo já alcançaram o nosso coração, prossigamos em paz, desfrutando o que nos foi oferecido na presente encarnação, sabedores que nada vem a nós sem que o mereçamos. Contudo, não vacilemos em procurar cada vez mais aprimorar o nosso íntimo no exercício da caridade, porque somente através dela venceremos a fascinação das vantagens terrestres que nos ameaçam com a estagnação mental e que envenenam o sentimento maior que deve vibrar exultante em nós: o amor ao próximo!
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia Paulo de Tarso – Pasta 5