Martins Peralva, no livro Estudando a Mediunidade, no capitulo 40, nos esclarece:
“Embora não tenha o Espiritismo nenhuma responsabilidade pela prática mediúnica que se realiza com a ausência de Jesus, a leitura e a meditação de tal produção não deixam de causar dolorosa impressão aos que abraçam o Espiritismo e nele identificam, unicamente, um meio de servir à Humanidade sem a preocupação de recompensas.”
Espiritismo é uma coisa e Mediunidade é outra.
Espiritismo é uma Doutrina de elevado teor espiritual, consubstanciando orientações superiores que visam, primordialmente, à elevação do ser humano.
Mediunidade é um dom que possibilita à criatura humana, de qualquer religião, veicular o pensamento e as ideias dos Espíritos.
Espírita é aquele que estuda, aceita e pratica com fidelidade os salutares e edificantes princípios doutrinários, que visam operar, com o tempo, a renovação do espírito humano.
Médium tanto pode ser o espírita, como o católico, o protestante, e, mesmo, o ateu ou o materialista.
A conexão entre Espiritismo e Mediunidade, e que leva a maioria do povo a considerá-los a mesma coisa, confundindo-os erroneamente, resulta da circunstância de ter o Espiritismo, nas suas admiráveis linhas doutrinárias, estabelecido diretrizes seguras para o exercício da Mediunidade, classificando-a convenientemente.
A Doutrina Espírita encara o mediunismo como um meio de que se serve Deus para auxiliar a Humanidade em seu esforço evolutivo.
Os centros espíritas, de modo geral, tomam a si o encargo de orientar, em bases cristãs, o desenvolvimento mediúnico. Não convidam ninguém, mas abrem as suas portas a todos que lhes buscam o amparo na hora precisa.
Tais ocorrências levam, portanto, os menos avisados a considerar o Espiritismo como responsável por toda expressão fenomênica, o que foge, substancialmente, à realidade dos fatos.
Espiritismo, portanto, não é Mediunidade, nem Mediunidade quer dizer Espiritismo.
A mediunidade, exercida em nome e sob a responsabilidade do Espiritismo Cristão, será sempre um instrumento de edificação para o seu possuidor, uma vez que, por ela, os aflitos serão consolados, os enfermos curados e os ignorantes esclarecidos.
Podemos e devemos mesmo distinguir a mediunidade da seguinte forma:
– mediunidade com Jesus é aquela que se exerce em função de objetivos superiores;
– mediunidade sem Jesus é aquela que se exerce em função de interesses inferiores.
Esclarecemos que Mediunidade com Jesus não significa que seja exclusividade de cristãos. Muitos médiuns, não cristãos, adeptos de outras religiões, que utilizam sua mediunidade em função de objetivos superiores, exercitando o amor ao próximo e à caridade, também praticam a Mediunidade com Jesus.
Masato Yokota
Palestra proferida em 02 de março de 2019,
na Instituição Beneficente “A Luz Divina”