A legislação dos homens, sendo imperfeita,
consagra frequentemente direitos que a justiça natural reprova.
– Lei de justiça, Amor e Caridade
A legislação humana é imperfeita porque imperfeitos são os seres que promulgam as leis. Contudo, devemos considerar que elas correspondem sempre à época em que são ditadas, testemunho palpável das capacidades morais, intelectuais e éticas dos seres e do tempo em que vivem.
Uma lei elaborada durante a Idade Media, por exemplo, considerada justa e precisa para os homens daquele tempo, pode ser, aos nossos olhos, brutal e totalmente desprovida de qualquer senso de justiça.
A justiça natural é eterna e imperecível, ela não recebe a influência da sociedade e de suas leis mutáveis, as quais, em alguns casos, pecam contra ela.
Devemos considerar que, para os seres encarnados na Terra, que atravessam um processo de temporária escuridão e esquecimento do passado, que se encontram cegos ou semicegos à vida verdadeira, a justiça ou injustiça, do ponto de vista espiritual, muitas vezes lhes escapa.
Costumamos nos arvorar em defensores dos fracos ou injustiçados, sem considerarmos que nada existe impunemente nos domínios da vida e que tudo tem uma causa e um motivo para acontecer.
Envolvimentos cármicos, provas ou expiações, situações diversas como reflexo penoso do nosso passado, chegam a nós, sempre visando a um aprendizado ou ao cumprimento da lei. Não o da lei dos homens, mas o da lei de Deus. Sem dúvida, nosso precário conhecimento a respeito, nos coloca na condição de alunos queixosos e insubmissos, muito longe do verdadeiro e vasto universo do espírito, para acessar-lhe os justos princípios que são postos em movimento por mãos invisíveis.
Ante a nossa cegueira, devemos lançar mão aos santos princípios, ditados pelo mestre Jesus em seu evangelho redentor.
Uma única sentença engloba todas as outras considerações que possamos formular a respeito do tema.
“Não façais aos outros o que não quereis para vós”
Se seguirmos essa norma, fielmente, do fundo de nosso coração, todos os conflitos sociais serão resolvidos, e todos os tribunais humanos considerados obsoletos e inúteis.
A questão é: estaremos dispostos a pôr mãos a obra e agirmos como verdadeiros cristãos? Ou ainda estaremos esbarrando em pontos de vista paralelos e falhos, que exaltam e priorizam as bandagens pessoais acima dos direitos dos outros, somente para lucrarmos na corrida ilusória, à procura de ganhos perecíveis e transitórios, que nos transformam em devedores de grande monta, ante as leis eternas?
Pensemos nisso, enquanto é tempo, transformemo-nos em verdadeiros agentes de mudança no mundo, exemplificando os princípios do amor e justiça divina, numa luta persistente e silenciosa em favor de todos.
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 64