Enquanto se digladiavam com palavras e gestos ásperos, aquela linda e delicada senhora os observava de longe.  Ela era uma Entidade espiritual.  Tinha ímpetos de se aproximar dos dois, mas não conseguia dada a pesada vibração que envolvia as duas criaturas.

Um condenava o outro por tolices, infantilidades.  O outro retorquia, criticando o opositor mais acerbamente e ela, a doce senhora, chorava baixinho.

Rogou, então, a interferência dos Mentores dos dois homens para que apaziguassem os ânimos e ela pudesse chegar até eles.

Com uma vigorosa descarga magnética que se traduziu em potente corrente elétrica a atravessar-lhes o corpo, conferindo-lhes enorme susto, foi possível a aproximação daquela que iria inspirar-lhes as doces palavras patrocinadoras da reconciliação.

“Irmãos queridos.

Não critiqueis em vão.  Relevai as faltas uns dos outros porque todos vós, sem exceção, sois imperfeitos e, conseqüentemente, todos vós vos enganais.

Ao invés de vos agredir, ajudai-vos.  Se detectardes deslizes no outro, alertai-o com bondade, com a única finalidade de promover a sua melhoria.

Não critiqueis, não julgueis.

Se não puderdes ajudar, calai a vossa voz, guardai apenas para vós o defeito alheio e que ele sirva de espelho, mostrando-vos se também não sois portadores dele.

Chamo-me Indulgência.  Meu nome é muito pouco pronunciado por vós.  Sou pouco conhecida de vós.  No entanto, fui designada para vir vos alertar de que sereis julgados com a mesma medida com que julgais e se a Misericórdia Divina vos abriu as portas permitindo meu concurso, foi porque Deus vos ama e não deseja fazer pesar a sentença sobre vós com o mesmo rigor com que condenais o vosso irmão.

Chamo-me Indulgência.  Sou irmã da Caridade e venho vos pedir que vos esforceis em relevar todas as falhas que vossos irmãos cometem, porque assim, as vossas próprias falhas encontrarão o coração de Deus Pai pleno de indulgência para vos perdoar”.

Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 7