O convite é para refletirmos sobre o Poder da Gratidão.
Vamos analisar a Doutrina Espírita em seus três aspectos:
Ciência (no caso Neurociência): a Gratidão ativa o sistema de recompensas do cérebro numa área chamada Núcleo accumbens (ou NAc). Este sistema é responsável pela sensação de bem estar, prazer, impulsividade e comportamento maternal do nosso corpo.
A Gratidão precisa ser construída pelo nosso pensamento consciente. Exercitar o sentimento de Gratidão dissolve o medo, a angústia e os sentimentos de raiva. Fica mais fácil controlar os estados mentais tóxicos e desnecessários, para aprender a ser resiliente a ponto de controlar internamente qualquer coisa que venha de fora (fatores externos). O nosso cérebro não é capaz de sentir, ao mesmo tempo, gratidão e infelicidade, portanto a escolha é nossa.
A Gratidão como filosofia de vida é aquela que nos coloca na posição de agradecer, efetivamente, por todas as circunstâncias vivenciadas. Essa forma de encarar a vida tem em si uma essência otimista que motiva e leva as pessoas a buscar as transformações que desejam, ao mesmo tempo em que faz com que se sintam merecedoras de receber o bem que desejam na própria vida.
Esta filosofia está contida na Doutrina Espírita: “não alimentar qualquer tipo de revolta; perdoar a todos os que nos causam sofrimento; ser capaz de grandes transformações éticas e morais”.
Quando Confúcio enunciou a frase “Aja com bondade, mas não espere gratidão”, procurou demonstrar que os sentimentos nobres devem ser revestidos de renúncia, sem os interesses imediatistas da compensação, do aplauso, da admiração dos outros.
Como religião, encontramos nos livros sagrados de todas as religiões, que sempre exerceram um papel psicológico significativo no desenvolvimento das criaturas, à gratidão são reservados textos e páginas de conteúdo enriquecedor, envolvendo as emoções em encantamento e saúde, como resultado desse comportamento.
A Bíblia, por exemplo, é portadora de momentos ricos de exaltação ao sentimento gratulatório, tanto no Velho como no novo Testamento.
O Livro de Jó, por exemplo, oferece o testemunho do amadurecimento psicológico de alguém que ama a Deus e que, mesmo sob o açodar das vicissitudes, O exalta e agradece.
Os Salmos cantam as glórias da vida e convocam ao júbilo perene, seja em qual condição esteja o ser humano.
E o Evangelho de Jesus é uma sinfonia de gratidão entoada em todas as fases do seu ministério.
Quando Ele enunciou que nos trazia boas-novas de alegria, propôs-nos a felicidade, e esta, de imediato, adornou-se de gratidão.
Maria do Carmo Monteiro Ferreira
Adaptação da palestra proferida em 06 de outubro de 2017
Grupo da Fraternidade – I. Beneficente “A Luz Divina”