“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.”
(ESE – Cap. VII)
Muito se tem falado desta passagem evangélica, sem a ter entendido profundamente.
Para todos os que compreendem a necessidade de enriquecimento espiritual, a procura da vida maior, resultam um tanto estranhas estas palavras do Mestre.
Acreditamos, então, que o seu significado literal difere, hoje, do que tinha na época em que foram pronunciadas.
O que, naquele momento, era entendido por riqueza ou pobreza de espírito, referia-se à pobreza ou riqueza intelectual. Os homens considerados cultos, naquele momento, representavam a minoria, uma minoria orgulhosa e hipócrita que explorava o povo em benefício próprio.
Devemos notar que Jesus sempre pregara a aquisição dos valores espirituais, não só de caráter moral, mas também através das riquezas do conhecimento, no estudo e na meditação em que fora baseada a sua vida, principalmente nos anos que precederam seu apostolado. Não poderia Ele, então, referir-se, nas bem-aventuranças, à pobreza espiritual com este significado.
Qual há de ser, então, o sentido das suas palavras, se não o da humildade ante os desígnios superiores?
A humildade é também sabedoria, por compreender que muito pouco se sabe, em contrapartida ao tanto que se ignora.
Esses pobres de espírito, mesmo aquinhoados com uma inteligência primorosa, um conhecimento abrangente, não se gabam de seu saber, porque sabem que ele é insignificante ante as verdades eternas que ainda desconhecem.
São sim os bem-aventurados do Senhor, porquanto estão abertos para multiplicar as suas aquisições espirituais, transformando-se em verdadeiros ricos de espírito, ricos da verdadeira fortuna espiritual, a conduzi-los para uma vida futura de dádivas imperecíveis, porque deles será o Reino dos Céus.
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia Paulo de Tarso – Pasta 48