ALIMENTO ESPIRITUAL  

Como dás ao filho agasalho e pão, medicamento e instrução, vestiário e moedas,

oferta-lhe igualmente o alimento espiritual.

 

A responsabilidade daqueles a quem a divina vontade confiou filhos ou filhas é tarefa extremamente delicada.

 

Dar-lhes condições materiais de vida, alimento, vestuário ou educação não basta, pois essa é apenas uma pequena parcela da tarefa confiada aos pais.

 

Os pais devem conscientizar-se de que é impossível pouparmos nossos amados filhos das vicissitudes, dores e situações cármicas que a vida na Terra se encarrega de criar.

 

Educar os filhos não significa superprotegê-los, mantendo-os numa redoma protetora, com o objetivo de afastá-los de qualquer sofrimento.

Uma atitude dessa natureza, aparentemente confundida com amor, constitui, com o passar dos anos, um grande erro, de consequências inimagináveis.

 

O amor verdadeiro, aquele que leva ao progresso evolutivo e espiritual, é aquele que prepara para a vida, sem limitar-se, no entanto, à estreita realidade de ordem material.

 

Educar no sentido maior é ensinar cada pessoa a considerar a vida no planeta como uma pequena parcela de um contexto mais amplo, de uma realidade maior.

 

É ensiná-la a ter sempre pensamentos positivos, sejam quais forem as situações ou provas que a vida lhe apresentar, sem considerar-se vítima das circunstâncias, ciente de que sofrer é também uma oportunidade de evoluir.

 

É fazê-la descobrir sua verdadeira identidade e suas motivações, mas, sobretudo, conscientizá-la de estar trilhando o caminho da reencarnação e da evolução.

 

Comprar, trabalhar, sair com os amigos, tudo isso faz parte da vida terrena. No entanto, o “ser” é bem mais que isso; é alguém que deve compreender o verdadeiro significado da vida: uma dádiva que, se bem aproveitada, pode fazer toda a diferença no caminho da evolução.

 

É preciso ensinar aos filhos a verdadeira humildade, não aquela que os obriga a subestimar-se; é preciso fazê-los entender que são parte de um todo e que devem importar-se com o próximo bem como lembrar-se sempre de que existem diferentes maneiras de ver a vida, que diferem muitas vezes de seus próprios pontos de vista.

 

É preciso educá-los para a compaixão, fazendo-os conhecer seus próprios valores para que aprendam a pensar menos em si mesmos e mais no próximo. É preciso fazê-los rever seus valores, fruto, muitas vezes, de experiências nem sempre positivas do passado, para que descubram a necessidade de amar e ajudar.

 

Como bem disse o poeta Gibran Kalil Gibran:

 

“Vossos filhos não são vossos filhos: são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós, e embora vivam convosco. não vos pertencem”.

 

Somos responsáveis por aquilo que oferecemos àqueles que respiram e se desenvolvem ao nosso lado, frutos preciosos do Amor Maior.

Façamos nossa parte, educando-os para o amor.

 

Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 77

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