“Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo.
Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo.”
Consciente de suas faltas e do seu comprometimento diante das leis maiores de justiça e amor, ao reencarnar, o homem solicita para si a realização de tarefas que, às vezes, estão acima de suas próprias forças.
No afã de quitar débitos com rapidez, propõe-se provas prolongadas, sofrimentos e renúncias, frequentemente esquecidos quando o véu da matéria envolve o espírito.
Gravados em sua subconsciência ficam os apelos para a sua recuperação. As angústias de que é vítima, os chamamentos que lhe são feitos não o deixam totalmente livre para dar curso a maiores desatinos.
Quando, então, através do esclarecimento cristão absorve certas verdades libertadoras, dá-se conta do quanto há por fazer e começa, sem critério algum, a realizar a sua peregrinação pelo imenso campo da caridade fraterna.
Esquece-se, no entanto, de atentar com maior cuidado, para os deveres do cotidiano, os quais, na maioria das vezes, são as lições mais preciosas que Deus colocou a sua frente, esperando que o seu cumprimento trouxesse para ele próprio o burilamento do espírito e o aperfeiçoamento de suas práticas cristãs.
É por isso, irmão querido, que lhe dirigimos estas palavras.
Não almeje para si mesmo a realização de grandes missões, nem tente transformar-se em mártir, lutando em benefício de multidões necessitadas. Aprenda, antes de tudo, que o seu próximo mais próximo é aquele que mais necessita da sua transformação interior e é às custas dessa transformação que você conseguirá ser o beneficente, depositário das graças divinas que elevarão, aliviarão e principalmente, promoverão o reencontro de corações comprometidos pelo rancor, envolvidos hoje com o manto do perdão.
Olhe ao seu redor antes de fitar o horizonte e atue amorosamente com tudo e com todos, e assim estará respondendo com um “sim” às ordens que Deus designou fossem cumpridas, por seu intermédio neste dia.
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso”
Livro “Palavras Libertadoras” – Setembro de 1996