Aprender a perdoar é tão importante para o cristão, que se ele falhar nesta parte de sua reforma íntima, dificilmente poderá se beneficiar das outras conquistas, como a caridade e a fé.
Jesus exemplifica diversas vezes, em seu Evangelho, a importância do perdão; quando lhe perguntam quantas vezes devemos perdoar a nosso irmão, se sete vezes, Ele responde: setenta vezes sete, isto é, sempre.
Para os cristãos espíritas o perdão é especialmente importante, pois sabemos que o ódio alimentado por mais ódio gera uma corrente amarga de obsessores, ao passo que se respondermos com amor a um ato que nos magoe, quebramos a força do ódio e poderemos restabelecer o equilíbrio.
Mas não é esta atitude de semi-mártir, que a tudo perdoa que queremos nos referir. É ao estudo mais profundo a respeito do relacionamento humano.
O que nos torna tão “sensíveis” que quase tudo nos ofende, como a falta de atenção de nosso próximo ou como um forte egoísmo de nosso irmão?
O nosso amor-próprio exagerado.
Estamos esperando sempre ser o centro das atenções, achando que as outras pessoas têm que ser vigilantes quando tratam conosco.
Mas, e quanto a nós mesmos?
Não deveríamos sair de nosso casulo mental e estarmos aptos a analisar as opiniões das outras pessoas, colocarmo-nos em seu lugar e ver como as suas lutas diárias também são difíceis e que nos estão chamando a atenção como se fosse um pedido de socorro fraterno?
E nós que estudamos o Evangelho de Jesus e queremos colocá-lo em prática, como ficaremos diante de nós mesmos se nos encolhermos ao primeiro pedido de socorro disfarçado de mau humor, se fugimos melindrados com o nosso amor-próprio ferido?
Simplesmente perdemos a ocasião de revelar ao irmão o esclarecimento que já temos.
Nós os espíritas temos contato diário com as verdades sobre a sobrevivência do espírito após a morte, sobre a organização do mundo espiritual e Jesus nos lembra que é preciso ajuntar tesouros nos céus, onde nem as traças nem a ferrugem os destruirão.
Quantas vezes vemos irmãos com conhecimentos espirituais envoltos em tristes contendas por pequenos bens materiais, esquecendo-se em segundos, anos de aprendizado!
Vocês nos perguntarão se não é preciso defender o pão diário e os bens justamente recebidos.
Claro que sim, pois todos são administradores dos bens do Pai, porque proprietário ninguém o é.
Se fossem, poderiam carregá-los pela eternidade afora.
O problema é saber até onde se deve insistir numa disputa que poderá redundar numa situação de ódio.
Recomendamos que usem a sensibilidade para sempre encontrar soluções alternativas, mas se isso for impossível, que prevaleçam os bens espirituais da concórdia e do perdão.
Lembrem-se de Jesus na cruz, pedindo ao Pai que perdoasse seus algozes, pois não sabiam o que faziam.
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 12