Culpados e inocentes. A quem pertencerá o veredicto? Quem pode ser o juiz de quem, num mundo onde todos são devedores, proporcionalmente à sua condição?
O outro, em situação de aparente inferioridade, parece não corresponder ao que lhe é exigido? Realmente, este é, por vezes, um fato inegável. Entretanto, de outro ângulo, podemos nos encontrar em situação similar.
E não é preciso ir longe, no espaço ou no tempo, para identificarmos essa situação em nossa própria experiência. Ainda hoje, uma palavra, um gesto, uma omissão de nossa parte podem estar fazendo este papel. Pode estar sendo a oportunidade de revermos toda a nossa postura diante de uma só pessoa, de um único filho de Deus. E, certamente, estará representando os nossos hábitos e vícios diante da vida, continuadamente repetidos.
É esse exercício que Jesus nos pede: diante da evidência da falência de um irmão, jamais criticá-lo, censurá-lo ou lançar sobre ele uma sentença final. Mas, sim, tentarmos verificar em nossa própria história, onde é que estamos sendo exatamente como ele, onde é que estamos falhando, onde desistimos, nos cansamos, erramos.
Ninguém, na atual condição evolutiva do Planeta, está livre de cair nesse tipo de comportamento, especialmente quanto enfrenta a “sua” prova, aquela experiência que mais ninguém viverá, porque faz parte da história única daquele indivíduo na eternidade.
Diante dessas verdades, sejamos mais corajosos e olhemos para nossos irmãos da estrada, vendo em seus olhos o nosso próprio olhar quando estamos na iminência de uma queda. É desta solidariedade que nos fala Jesus, quando nos convoca à irmandade e nos revela uma única paternidade. Sejamos, pois, amorosos, fraternos e solidários, pois “é dando que se recebe”.
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 40