O critério da verdadeira justiça é de fato o de se querer para os outros,
aquilo que se quer para si mesmo.
– Lei de justiça, Amor e Caridade
A volúpia humana estabelece como ponto de honra o culto à inteligência. Tudo quer para si, esquecendo-se dos outros, num misto de egoísmo e presunção. Nutre-se impropriamente de ideias recalcadas num jogo de vaidades, que o distancia da essência divina, enveredando por caminho perigoso e insensato. Acredita-se possuidor de privilégios no mundo e, não raro se reporta a seus triunfos materiais, como sendo o seu maior galardão a outorgar- lhe imprópria superioridade à frente de seus irmãos.
Para o mundo, pode esse significar um traço positivo. Contudo para Deus e suas leis, o critério é outro, fundamentado no principio de justiça, que estabelece: querer para os outros aquilo que se quer para si mesmo.
Chegando a hora do acerto de contas com a vida que lhe brindara vasta oportunidade à reflexão, a criatura é posta frente à frente com a sua consciência e acaba descobrindo que os ganhos verdadeiros foram poucos, que a sua bagagem de valores espirituais deixa muito a desejar em matéria de aquisições nobres e santas para o seu futuro, e constata que viveu inflada pelos enganos da própria mente.
Não que a cultura e a inteligência sejam valores inúteis, porquanto têm provado sua benéfica ação na concretização de importantes resultados que, de uma ou outra forma, redundam em proveito para a sociedade como um todo, lhe proporcionando melhor qualidade de vida.
No entanto, além desses logros que fizeram do homem um campeão da inteligência, se comparado às gerações que o precederam, fica evidente o retrocesso moral e espiritual, que condiciona a humanidade (quando se volta completamente para valores falsos), ao esquecimento daqueles, primordiais e que, através da experiência na terra, é solicitado a construir.
Os verdadeiros valores do espírito precisam ser resgatados. No cultivo irrestrito do amor e da fé operantes, na renúncia à idolatria das imagens erguidas ao próprio ego a criatura habilitar-se-á à verdadeira herança de luz e glória a que se destina.
Sejamos grandes em espírito, não desejando sobrepujar os outros, mas vencendo-nos a nós mesmos, extirpando da nossa personalidade tudo o que não serve aos verdadeiros propósitos da nossa alma.
Este novo milênio, que ontem despontou no horizonte do tempo, coloca a criatura em cheque com sua própria vida, convidando-o à reflexão cabível e profunda, de qual é, de fato, o significado maior da sua existência e, nesse enfrentamento consigo mesmo, iniciar-se-á a sua cura e redenção.
Os tempos são chegados, precisamos abrir as comportas de nós mesmos à luz da justiça divina, extirpando as trevas da ignorância e do egoísmo, descendo, de uma vez por todas, do pedestal de orgulho e ilusão em que nos detivemos há séculos.
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 64