A privação do necessário é uma prova, frequentemente cruel, que alguns
devem suportar e à qual sabiam que estariam expostos. – Lei de Conservação
A prova da pobreza extrema, ou da própria miserabilidade, é muito difícil, assim como ocorre com a prova da riqueza extrema ou da beleza física exuberante.
Por que?
Porque toda prova que envolve extremos – extrema pobreza, extrema beleza, extrema riqueza- engloba, fora os problemas específicos, a dificuldade em lidar com o que não é normal, comum. É como se ninguém estivesse preparado para viver ao lado de alguém ou ser alguém muito bonito, muito rico ou muito pobre.
Isto gera outros obstáculos, além dos costumeiros a quem vem à Terra, como, por exemplo: a falsidade nas amizades, no amor, no trabalho; a busca incessante de felicidade nos prazeres materiais em detrimento das alegrias da alma; a prepotência, a indisciplina e a dificuldade em respeitar limites.
Todas as tentações, quando se lida com extremos, são sempre exuberantes.
Assim, tanto para quem está vendo como para quem vive o problema, a miserabilidade é algo que muito incomoda: ter fome e não ter o que comer, ter sede e não ter o que beber, ter frio e não ter o que vestir; conviver com a precariedade são tormentos muito difíceis de serem suportados, pois acabam levando o indivíduo ao desespero e, muitas vezes, à rebeldia, à criminalidade, aos vícios e à loucura, como fuga.
Temos de alertá-los, no entanto, de que, apesar de ser uma prova muito difícil, a miserabilidade deve ser suportada sem rebeldia, porque ela é o remédio de que a alma necessita para se reerguer de suas deficiências morais.
Assim ocorre com as deficiências corporais irreversíveis e com as deficiências mentais. São remédios extremos para casos extremos.
Geralmente o espírito sabe os tormentos e problemas pelos quais passará ao retornar à Terra. E, muitas vezes, ele próprio chama para si tais dificuldades, pois reconhece que necessita de uma advertência para reagir, ou mesmo para verificar se realmente o amor e o bem estão dentro de si.
Ninguém, em sã consciência, chama para si uma prova tão dura, como a pobreza extrema. Mas, se olharmos para o passado e localizarmos aquele espírito praticando excessos de toda forma, comprometendo seu corpo e sua alma, entenderemos que ele precisa desse período de abstinência forçada para desintoxicar sua mente e perispírito dos vícios, orgulho e egoísmo, originados pelos excessos.
Se localizarmos o espírito no passado como um criminoso cruel e, no presente, uma avozinha sem recursos, responsável por netos indefesos, entenderemos a necessidade da responsabilidade a imperar naquele coração, transformando atitudes, por exemplo.
Assim, queridos irmãos, não nos esqueçamos de que, qualquer que seja a prova por nós vivida, ela vai mexer exatamente em nossas imperfeições e pontos fracos.
Tratemos agora de mudar nosso mundo mental, pois, se não o fizermos, correremos um sério risco de, no próximo momento terreno, estarmos sujeitos a encarnações extremas, penosas, a obrigar-nos a mudanças profundas em nosso Eu interno.
Que Deus, nosso Pai, envolva-nos e proteja-nos, e que lutemos, porque as provas de hoje são obstáculos que, se bem vividos, fortalecerão nosso espírito. Se, porém, não as vencermos hoje, existirão outras em outros tempos.
Mas para que perdermos tempo no sofrimento, se podemos viver na alegria, saúde e amor?!
Optemos já pela felicidade!
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia “Paulo de Tarso” – Pasta 62