“A prece é um ato de caridade, um impulso do coração.”
(E.S.E. – Cap. XXVI)
A prece é um ato sublime, de muito respeito e gratidão, em que a criatura procura uma aproximação maior com seu Criador.
Cobrar pagamento em espécie pelas preces que dirigimos a Deus em favor de um terceiro é, no mínimo, um ato de indignidade que nos transforma em médiuns assalariados, que recebem de acordo com o tamanho da prece. Sobretudo porque, para Deus, a prece de uma palavra só pode valer tanto quanto uma de dez palavras ou mais. Tudo depende do fervor e dos sentimentos de quem a faz.
Deus não nos vende benefícios, mas simplesmente nô-los concede. Ele não subordinaria sua misericórdia a um ato de pagamento. Se assim fosse, quem não pode pagar não se beneficiaria da bondade divina. A justiça de Deus é como o calor do sol que aquece ricos e pobres, indistintamente. Seria inconcebível que Deus, de infinita misericórdia e justiça, pudesse discriminar suas criaturas.
Além disso, a prece paga tem outro inconveniente, outra impropriedade: o pagador se julga no direito de receber seus benefícios sem fazer absolutamente nada. Sem dizer que, teoricamente, o raciocínio do pagador está correto, pois, se despendeu dinheiro por um produto, tem de recebê-lo.
Acontece que, no caso das preces, essa lógica não funciona, porquanto Deus exige fervor daquele que está pedindo. Pode o intermediário transmitir fervor à prece paga? A eficácia da prece vem justamente do sentimento puro e fervoroso que nasce no fundo do coração daquele que deseja uma dádiva divina.
Por isso, a prece é um ato de caridade, um impulso do coração. Como já dissemos, a prece é um ato sublime a que recorre a criatura que deseja ardentemente uma comunicação com seu Criador. Nasce no íntimo de cada um, não podendo ser traduzida e executada por terceiros. Em suma, não há como pagar a prece.
Instituição Beneficente “A Luz Divina”
Grupo de Psicografia Paulo de Tarso – Pasta 52